sábado, 15 de janeiro de 2011

Recordações #1

Há alguns anos, durante a realização de um projecto e como perspectiva final daquilo que tinha em mãos, foi-me pedido que me descreve-se num futuro próximo e/ou longo através de uma imagem.
Eu, como detestava todo aquele projecto e não tinha nada em mente que fosse capaz de me definir a curto/médio/longo prazo, acabei por fazer umas linhas relativamente abstractas que não faziam sentido nenhum, nem mesmo para mim que as tinha acabado de fazer.
O que eu não sabia, era que o orientador desse mesmo projecto também iria fazer uma perspectiva sobre o nosso futuro. Para meu espanto, o Sr. descreveu-me através de uma flor. Acabei por ficar um tanto ou quanto intrigada pois não achei sentido nenhum aquela mesma descrição e acabei por lhe perguntar o porque, ao qual ele me responde:
"As flores costumam ter pressa em florescer, em mostrar todo o seu esplendor, apesar de toda a sua sensibilidade, fragilidade e beleza."
Verdade seja dita que nem mesmo isto me deixou mais esclarecida. Achava tudo demasiado floreado e acabei por não ligar muito às palavras dele
Até há alguns dias, quando dei por mim a ser descrita por outra pessoa, que não fazia a menor ideia do que já me tinham dito no passado.
Foi como se tivesse recuado aquele dia. Como se por 'magia' estivesse a ouvir a mesma pessoa a dizer tais palavras. Foi tão estranho como gratificante.
E percebi o sentido das palavras dele. Percebi o que ele me tentou mostrar há alguns anos atrás e eu recusei ver. Percebi o quanto estava enganada. Percebi que não mudou nada, mesmo com todos os obstáculos.

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